POIS
MUITOS SÃO CHAMADOS, MAS POUCOS SÃO ESCOLHIDOS
(Tratado
sobre a Salvação)
O
Senhor tem me incitado a meditar neste versículo, que pode ser encontrado
em Mateus 22:14, e não só isso, mas também a publicar sobre o
assunto neste blog.
O
versículo em tela trata sobre o chamado e a salvação de Deus reservados para
cada homem, e isto queima no coração do Senhor.
No
meu também, já que recebi o chamado de evangelista (para convocar os convidados
à festa celestial), e entendo o que o Rei sente quando seus convites são
rejeitados.
Se
você já é nascido de novo em Cristo, espero poder alegrar seu coração ao
lembrá-lo de que foi chamado e escolhido para a grande festa. E, quando você
experimentar pleno gozo por isso, espero que deseje trabalhar mais (e melhor)
para que muitos participem do banquete junto ao povo santo.
Se
você ainda não recebeu as Boas Novas, o Evangelho Puro e Simples, espero poder
abrir sua visão para as verdades acerca da salvação. Sim, quero que você
reflita um instante. Há muitas opções de crenças, tantas doutrinas espirituais
disponíveis no mundo afora, e você pode escolher seguir qualquer uma delas.
Mas, se houver um Deus Criador (e estou certa de que há), e se Ele realmente
estabeleceu as regras do Universo, é provável que Ele mesmo tenha
estabelecido as regras para a vida, a justificação e a salvação de cada ser
humano. Neste caso, é impossível que todas as crenças existentes estejam
corretas. E se estas não são todas verdadeiras, significa que há uma fé
verdadeira. E se há uma forma de viver que corresponda aos desígnios do Deus
Verdadeiro para o homem, incumbe a mim a tarefa de pesquisar, perscrutar,
investigar quais são as verdades de Deus e diferenciá-las das “verdades” dos
homens.
E,
quanto à fé verdadeira, quanto à verdade, eu afirmo com tudo que sou: Jesus é o
Messias, enviado de Deus para salvar cada homem disposto a se reconciliar com o
Criador, e não há outro caminho para a vida eterna.
Como
cheguei a tal conclusão? Após ter um encontro pessoal com Ele. Eu passeei por
terrenos escorregadios de várias crenças e estudei seus dogmas, mas, com a
ajuda do Espírito de Deus, consegui discernir a verdade e a voz do Criador,
mesmo tendo andado muito tempo perdida em meio a tantos sofismas.
Sou
especial por isso? Sou privilegiada por ter sido iluminada? Sim e não. Sim,
porque sei que Deus atuou com grande misericórdia em minha vida; recebi tão
grande graça, um valioso presente inesperado! Não, porque não sou melhor do que
ninguém. Mas, mesmo assim, recebi esse presente tão grande, que é a Salvação.
Eu não a merecia, pois estava repleta de pecados. Mas
a graça de Deus me alcançou; Ele me abraçou, mesmo com a podridão e o fedor das
minhas iniquidades e transgressões e, só depois que eu me senti
satisfatoriamente acolhida em seus braços, Ele me limpou pela ação do Espírito
Santo, e me deu novas vestes perfumadas.
Se
sou iluminada, é por Ele que o sou. Jesus é a luz do mundo (João
8:12). Toda luz que brilha em minha vida são os feixes luminosos que
irradiam do trono do Filho Unigênito de Deus, os quais são refletidos em meu
pobre corpo mortal. Um pouco da sua glória invadiu todo o meu ser, e o Espírito
Santo que em mim habita faz com que Jesus esteja vivo também em mim, e que seja
um comigo, assim como Ele e o Pai são um.
Hoje,
atuo como arauta do Rei. Estou andando pelas estradas, a convocar os convidados
para o banquete do Príncipe da Paz. Tudo ficará claro após a leitura da
Parábola do Banquete de Casamento.
No
texto a seguir, Jesus está se dirigindo aos mestres da lei e líderes religiosos
de Israel, que lhe faziam oposição no ministério, questionando sua autoridade
para pregar, curar, fazer milagres, e ensinar no Nome de Deus. Porém, o texto
ganha uma amplitude proposital para os nossos dias, já que, quando falamos das
Escrituras, nada é acidental; há muitos textos bíblicos de dupla referência e
profecias de duplo cumprimento.
Observe
a parábola:
Jesus lhes falou novamente por parábolas, dizendo:
"O Reino dos céus é como um rei que
preparou um banquete de casamento para seu filho.
Enviou seus servos aos que tinham sido convidados para
o banquete, dizendo-lhes que viessem; mas eles não quiseram vir.
"De novo enviou outros servos e disse:
‘Digam aos que foram convidados que preparei meu banquete: meus bois e meus
novilhos gordos foram abatidos, e tudo está preparado. Venham para o
banquete de casamento!’
"Mas eles não lhes deram atenção e saíram, um para o seu
campo, outro para os seus negócios.
Os restantes, agarrando os servos, maltrataram-nos e os
mataram.
O rei ficou irado e, enviando o seu exército, destruiu
aqueles assassinos e queimou a cidade deles.
"Então disse a seus servos: ‘O banquete de casamento
está pronto, mas os meus convidados não eram dignos.
Vão às esquinas e convidem para o banquete todos os que vocês
encontrarem’.
Então os servos saíram para as ruas e
reuniram todas as pessoas que puderam encontrar, gente boa e gente má,
e a sala do banquete de casamento ficou cheia de convidados.
"Mas quando o rei entrou para ver os convidados, notou
ali um homem que não estava usando veste nupcial.
E lhe perguntou: ‘Amigo, como você entrou aqui sem veste
nupcial?’ O homem emudeceu.
"Então o rei disse aos que serviam: ‘Amarrem-lhe as mãos
e os pés, e lancem-no para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de
dentes’.
"Pois muitos são chamados, mas poucos são
escolhidos".
(Mateus 22:1-14)
Na
parábola, o Rei é o Criador, o Deus Todo-Poderoso.
O
filho cujo casamento será realizado é
Jesus, o Filho de Deus, cujas bodas realmente
serão celebradas no reino dos céus com sua Noiva, a Igreja (nós),
em um futuro próximo.
Os
primeiros convidados para a festa são, numa primeira
aplicação, o povo eleito de Israel, com quem Deus celebrou
sua Aliança desde os tempos de Abraão. Muitos judeus receberam
Jesus e se tornaram seus discípulos, mas a maioria deles o rejeitou como Mashiach (Messias).
Os
convidados que rejeitaram o convite estão personificados na figura dos líderes
religiosos da época, os fariseus e os saduceus. Observe o relato do texto
de que alguns dentre estes primeiros convidados maltrataram e mataram os servos que o Rei enviara para convidá-los. Estes servos são os profetas que pregaram à comunidade de
Israel ao longo do Antigo Testamento até os dias de João Batista. Os profetas verdadeiros sempre diziam a verdade e apontavam os pecados dos reis e da nação, confrontando-os. Por isso, eram maltratados. E, como podemos verificar ao fim dos quatro evangelhos, os convidados indignos também mataram Jesus.
Logicamente,
os judeus que receberam Jesus Cristo como Senhor não estão incluídos nesse
primeiro conjunto de convidados.
Numa
segunda aplicação para nossos dias, os primeiros convidados (que não
compareceram à festa) representam todas as pessoas que são chamadas ao
arrependimento e a receber o Senhor Jesus em suas vidas, mas rejeitam o
Senhorio do Messias Salvador.
Os segundos
convidados são, numa primeira ótica, as pessoas que não integravam a
elite religiosa da época e receberam a Jesus como Messias, as pessoas
“comuns” do povo.
“Vão às esquinas e convidem para o banquete todos os que
vocês encontrarem’.
Então os servos saíram para as ruas e reuniram todas as
pessoas que puderam encontrar, gente boa e gente má, e a sala do
banquete de casamento ficou cheia de convidados.
Gente
boa e gente má. Ou seja, trabalhadores honestos, pais de família, e também pessoas
sem qualquer reputação, como prostitutas, ladrões e publicanos (cobradores de
impostos para o Império Romano, que extorquiam o povo).
E
toda essa gente, boa e má, aceitou o convite do Rei e foi
tornada digna de estar no banquete. O evangelista Mateus foi
um deles. Ele era publicano, cobrador de impostos, mas foi chamado por Jesus
para segui-lo, e veio a ser apóstolo e autor do Evangelho que tem seu nome.
Numa segunda ótica, os segundos convidados representam aqueles que recebem a Jesus como Senhor e Salvador de suas vidas. São aqueles que são chamados e aceitam o convite para as bodas do Cordeiro.
A
parábola ainda cita um homem que foi encontrado na festa sem as vestes
adequadas, e que foi, por isso, retirado do banquete. Este representa
o grupo de pessoas que, nominalmente, declaram aceitar o convite para a festa,
declaram prestigiar o Rei, mas sua declaração é superficial, e sua fé não tem
raiz alguma. São os “simpatizantes”, que não têm um compromisso real com o
Senhor em seus corações. Tais pessoas não tiveram o viver transformado pelo
sangue de Jesus, vertido por elas na cruz, e não passaram pelo lavar
regenerador do Espírito Santo, não tendo experimentado o novo nascimento.
Assim, não foram tornadas dignas de estar no banquete.
Observe
que a justificação é feita por Deus, não por nossas boas
obras. Ela advém de nossa entrega à ação que Deus quer realizar em
nossas vidas, não tendo relação alguma com mérito pessoal. Tanto que
prostitutas, ladrões e publicanos foram chamados ao banquete, e tornados
dignos. Receberam vestes adequadas e se assentaram à mesa do Rei, ao passo que
muitos dos que eram aparentemente dignos e assim se consideravam (os detentores
do conhecimento das leis de Deus na época – líderes religiosos) não foram
justificados, e foram chamados pelo Rei de indignos.
"Então disse a seus servos: ‘O banquete de casamento
está pronto, mas os meus convidados não eram dignos.
Vão às esquinas e convidem para o banquete todos os que vocês
encontrarem’.
E a
parábola termina com a seguinte afirmação do Senhor:
"Pois muitos são chamados, mas poucos são
escolhidos".
E,
nesse ponto, começo a discorrer sobre o tema do versículo. Quem são os
chamados? Quem são os escolhidos?
Não
quero adentrar em uma exposição teológica sobre o tema; não quero defender ou
refutar as visões calvinista ou arminiana, afinal,
a verdade que importa é uma só: Cristo é a Salvação para o homem
pecador; Ele morreu por todos os nossos pecados, para tornar possível o nosso
acesso a Deus, mediante o derramamento do seu sangue Santo, o qual nos purifica
e nos limpa das nossas transgressões. Este plano de Redenção foi traçado
mesmo antes de lançados os fundamentos do mundo em que vivemos.
Ele é
o Caminho que Deus preparou para o restabelecimento da
comunhão entre o homem e seu Criador, a qual fora perdida no Éden, e não
há outro modo de sermos redimidos, a não ser por meio desse sacrifício.
E Ele
julgará justamente cada ser humano. Até mesmo aqueles que nunca ouviram falar
dele serão por Ele julgados com justiça. Os que viveram no temor a Deus,
buscando honrá-lo e obedecê-lo, mesmo sem terem conhecido quem foi o Messias,
Jesus, entrarão para o banquete. Os que viveram nos seus pecados, sem arrependimento e busca sincera de Deus, serão por eles
condenados. De modo que não haverá sentença injusta. E a Bíblia assegura que,
querendo ou não:
Ao
nome de Jesus se dobrará todo joelho, no céu, na terra, e debaixo
da terra, e toda língua confessará que Jesus Cristo é o
Senhor, para a glória de Deus Pai.
(Filipenses
2:10-11)
Eu
creio no livre-arbítrio que cada ser humano possui para
seguir (ou não) a vontade de Deus. Creio que Cristo morreu por toda a
humanidade, mas que sua morte e ressurreição só produzem efeitos para
aqueles que o recebem e nele creem. Cada homem e cada mulher devem ser libertos de seus sofismas e enganos, ter seus
olhos espirituais abertos e receber a Salvação em Cristo, a qual é verdadeira,
pura e graciosa.
Nós
temos um Salvador que nos chama todos os dias. Como Ele nos chama? E como
sabemos em que momento fomos escolhidos? Essas questões levam a debates infinitos.
Contudo, quero
expor o que tenho experimentado por meio da minha própria vida, da minha
história e meu testemunho.
Preste
muita atenção nesses versículos:
“Noé
era homem justo, íntegro entre o povo de sua época; ele andava com Deus (Gênesis
6:9)”.
“Deus
disse a Noé: darei fim a todos os seres humanos, porque a terra encheu-se de
violência por causa deles. Eu os destruirei com a terra. Você, porém,
(eu pouparei e salvarei)”.
(Gênesis
6:13-14)
“...o
Senhor falou a Abrão numa visão:
Não
tenha medo, eu sou o seu escudo; o teu grandíssimo galardão (Gênesis 15:1)”.
“Olhe
para o céu e conte as estrelas, se é que podes contá-las. E prosseguiu: assim
será a sua descendência.
Abrão
creu no Senhor, e isso lhe foi imputado como justiça”.
(Gênesis
15:5-6)
É
certo que Deus revela-se aos seus escolhidos, e escolhe aqueles que desejam
conhecê-lo.
Creio
que, assim como está escrito em 1 Timóteo 2:4, “o
Senhor deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da
verdade”.
De
outro lado, “nossos pecados fazem separação entre nós e nosso Deus” (Isaías
59:2). “Todos nós pecamos e estamos naturalmente destituídos da glória de Deus”
(Romanos 3:23). Nossos atos de justiça são como trapos
de imundícia diante da santidade do Senhor (Isaías 64:6).
Creio,
pois, que o Deus Criador de todas as coisas vem analisando os
corações dos homens, um a um, aguardando qualquer manifestação sincera de nossa parte no sentido de
querer conhecê-lo, agradá-lo e obedecê-lo.
Somos
seres dotados de livre-arbítrio, lembre-se.
Isso
não significa que Deus se revela apenas a “merecedores”, pois a Bíblia é muito
clara ao dizer que, após o pecado inicial, todo ser humano carrega o gene do
pecado e merece a condenação eterna.
“Não
há nenhum justo; nem um sequer; não há ninguém que entenda, ninguém que busque
a Deus. Todos se desviaram”.
(Romanos
3:10-12)
Assim,
se todos nós pecamos, não
é segundo nossos critérios de justiça que Deus nos vê; não é segundo os padrões
humanos que Deus volta seus olhos para nós. É pela graça! Jamais, nunca
mesmo, alguém será tão perfeito a ponto de nunca pecar, ao ponto de o Senhor,
contemplando tal indivíduo, bater palmas e dizer: “eu
sou o Justo Juiz, mas você superou minhas expectativas no quesito justiça! Você
sequer precisa de perdão de pecados! Parabéns!” Nunca!
Isso
porque nossos mais lindos atos de justiça estão encardidos diante da
santidade e da glória de Deus. Nossos mais dignos esforços em sermos justos
aos olhos de Deus e dos homens, sem dúvida, o agradarão, mas nunca
consistirão em justiça verdadeira, indefectível, e sim um esboço de
virtude, conseguido a muito custo (em face de nossas tendências pecaminosas),
de algo que costuma ser a regra, a normalidade nos céus. Trocando em
miúdos, minha justiça, por mais nobre que intente ser, nunca irá
impressionar o Senhor. Ele é Santo e Justo o tempo todo.
Se o
fato de alguém tentar viver uma vida justa não causa espanto em Deus, embora
seja sua vontade que assim vivamos, o que atrai a sua atenção e a
manifestação dele em nossas vidas?
“Ora, sem
fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se
aproxima de Deus creia que Ele existe, e que é galardoador daqueles que o
buscam”.
(Hebreus
11:6)
É
nosso dever praticar a justiça e realizar boas ações, porque assim ocorre no
Reino dos céus, e devemos imitar nosso Pai.
Porém, Deus
escolhe uma pessoa não pelas suas obras, mas pela fé que ela resolve depositar
nele, buscando-o e obedecendo-o.
Deus
olha para o coração das pessoas; Ele perscruta além das aparências. Ele
é nosso Criador e deseja que o amemos por escolha própria.
As
Escrituras relatam que, desde o início de todas as coisas, sempre houve um só
Deus Verdadeiro. Contudo, conforme a terra foi se enchendo de violência, cada
povo apostatou da fé genuína, e inventou novos deuses para adorar.
Com isso, a humanidade, em sua quase totalidade, afastou-se do culto
original ao Deus Criador.
A
Bíblia registra que Noé era um homem íntegro e justo em sua época.
De fato, ele procurou evitar o mal e tentou fazer o que era certo. Mas não foi
considerado justo por ser perfeito, ou por viver uma vida sem pecados (o que é
impossível para qualquer ser humano, com exceção do Messias, Jesus).
Ele
não foi considerado justo por sentir compaixão pelos perdidos ou realizar boas
ações, embora tais atributos manifestados em sua vida refletissem, nele, a
justiça de Deus.
As
suas boas obras eram manifestas em seu caráter por uma única razão: o próprio
Deus vivia nele e o justificou, por causa de sua fé e temor.
Assim também ocorreu com Abraão:
Abrão creu no
Senhor, e isso lhe foi imputado como justiça”.
(Gênesis
15:6)
Deus
não nos elegeu para criarmos padrões de justiça novos. Toda forma de
justiça é um reflexo dos atributos eternos de Deus.
Sendo
assim, mais sábio é para nós reconhecermos a nossa pequenez, e
colocar nosso viver em situação de dependência à boa vontade
de Deus, sua bondade e justiça.
Noé
achou graça aos olhos do Senhor no meio de uma geração corrompida. E
não foi porque nunca errou, mas porque fez a vontade do seu Criador, temeu seus
juízos, escolheu ser fiel ao Deus que o restante do mundo havia
abandonado. Quis agradá-lo e se relacionar com Ele.
Então
Deus o tornou justo pela sua fé.
A fé
no Senhor nos justifica, e quanto mais nos entregamos a Ele,
mais Ele cuida em se revelar a nós.
Dessa
forma, a salvação está à disposição de todos e de cada um, e ela é dada
gratuitamente pela fé, e não pelas obras que praticamos, como visto acima.
“Pois
vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não
vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se
glorie”.
(Efésios
2:8-9)
Quanto
à revelação de Deus em uma experiência pessoal para o homem, levando um
indivíduo a crer, ela acontece e solidifica-se à medida que este busca o Senhor
e a ele entrega sua vida, por meio de um relacionamento pessoal e íntimo com
Ele.
Tome
por base o meu testemunho.
Eu
não conhecia a Deus; não o via como Pai. Tampouco era frequentadora assídua de
qualquer igreja, embora católica de berço.
Nada
sabia sobre a Bíblia. Apenas conhecia a figura de Jesus por meio das tradições do
catolicismo e filmes sobre sua vida. Ver as histórias dos milagres na televisão
era o que me impressionava de forma mais impactante.
Quanto
à Palavra de Deus, eu não tinha nenhum conhecimento sobre ela.
Como a maioria dos católicos, nunca havia lido a Bíblia, não conhecia as
histórias bíblicas; só recebia aquilo que vinha escrito nos folhetos das
missas. Os sermões eram sofríveis, desprovidos de profundidade e
relevância. Eu não recebia qualquer alimento espiritual; não tinha o pão
para a minha alma. Não sabia onde encontrar as fontes da verdadeira
alegria.
Infelizmente,
as influências sobre minha vida eram as mesmas que atuam sobre a maioria dos
jovens que estão longe de Deus: estímulos para a futilidade, os vícios, a
promiscuidade, a devassidão, a rebeldia, o egoísmo, a cobiça, o orgulho, o
prazer, o prestígio social, a
vaidade.
Eu
tentava ser uma boa pessoa, uma boa filha para meus pais, lutando contra todos
esses estímulos externos e minhas tendências pecaminosas.
Gostava
da história de Francisco e Clara de Assis, e até havia cogitado seguir uma vida
monástica. Pobre de mim! Pensava que as boas obras e uma vida altruísta
fossem o caminho certo para a salvação.
Com o
tempo, percebi que era impossível viver uma vida perfeita. Eu
podia ver claramente os meus pecados e imundícias duelando com minha sã
consciência dentro de mim, e não sabia como me livrar deles. A frustração
foi imensa.
Nesse
meio tempo, também tive contato com a doutrina espírita. Mas, graças a Deus,
não me engajei em seus falsos ensinos, pretensamente bíblicos.
Li
tanto sobre tantas coisas: budismo, hinduísmo, panteísmo, Nova Era, wicca,
sociedades secretas, filósofos e seus ensinamentos - estoicismo, epicurismo,
hedonismo, meditação, mantras, magnetismo pessoal, o
Segredo, enfim, tantas filosofias e crenças com nomes difíceis que são uma perda de tempo!
Perda de tempo!
E
Deus continuava sendo uma figura indecifrável, um ser intocável e distante para
mim.
No
catolicismo, encontrava certo sentido na figura de Jesus, muito acolhedora,
mas qualquer profundidade nesse conhecimento era encoberta pela
idolatria praticada nessa igreja. O culto a Maria e aos santos desviam a
glória daquele que é o único digno de a receber.
Eu abraçava
uma obra de escultura, feita por mãos humanas, um pedaço de gesso ou de madeira,
e dizia: “você é meu deus. Você pode curar. Faça um milagre”.
Eu
não dava a glória a quem ela era devida. Como poderia dar? Eu não sabia
direito quem eu era, qual era a minha identidade. Eu sequer entendia o
sacrifício de Jesus na cruz. Quem é Deus? Por que Jesus fica pendurado
nessa cruz, sempre sangrando? O que Ele quer de mim?
Deus,
em sua infinita misericórdia, preservou minha vida e me
livrou de muitas misérias que poderiam ter me assolado. Em sua Presciência (pois
já conhecia o futuro), Ele esperou o tempo de sua revelação, quando eu comecei
a pedir por ela, operando, nesse ínterim, livramentos em minha vida; ele não me deixou cair na cova da morte, mesmo estando eu repleta de pecados e transgressões.
Perdida, e
sem encontrar uma razão para a existência e a vida, no fim de minha
adolescência entrei em uma profunda depressão.
Cheguei
a sentir atração pela morte, e não via motivos para continuar
vivendo. Lia muitos livros sobre existencialismo, e as dúvidas que
atormentaram aqueles autores atingiram minha mente enfraquecida,
que não tinha qualquer fundamento sólido.
Eu
estava cega demais para perceber minha condição de pecadora que necessitava de
transformação. Eu sabia que não era perfeita, mas não conseguia
enxergar como o jugo do pecado estava me afetando.
Eu
achava que tinha uma mente doente, e não entendia que isso era
natural a todo homem debaixo do céu, e que havia um único modo de se
libertar disso: das minhas tendências pecaminosas, meus maus pensamentos,
vícios... enfim, eu não sabia que o sangue de Jesus derramado na cruz
tinha uma finalidade. Oferecer a redenção a todo homem pecador. Quebrar o jugo,
a escravidão, o peso do pecado. Só sabia que ele havia sido a pessoa
mais justa da terra.
Dessa
forma, não conseguia ligar os seguintes pontos em minha mente:
CEGUEIRA - PECADO - DISTÂNCIA
DE DEUS - VAZIO EXISTENCIAL - DEPRESSÃO - MORTE
ESPIRITUAL.
Mesmo
tão confusa, lá no fundo, eu tinha algum temor de Deus. Pedia sua ajuda
num diário que comecei a escrever em 2008, para não ficar louca e sozinha com meus
pensamentos.
Escrevia: “Deus,
tem misericórdia de mim. Me ajude a encontrar o meu caminho. Estou perdida.
Preciso de ajuda”.
E é
nesse ponto que queria chegar.
“Quem
me procura, me encontra”.
(Provérbios
8:17)
Deus
nunca ficou contando meus pecados e me acusando com a satisfação de um
julgador cruel. O Acusador é o diabo. Deus sabia que eu era pecadora, que todo homem é pecador, e
isso não muda o fato de Ele ter me amado desde sempre. Mas ele via, e
sempre viu – e isso fez toda a diferença – que eu
estava insatisfeita com minha condição pecadora; estava tentando buscar A
VERDADE.
“Cristo
morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores”.
(Romanos
5:8)
Isso
é amor incondicional! Sem qualquer contrapartida!
Portanto, não
importa a condição degradada em que eu esteja: o Senhor me ama. Ele
quer me salvar e está ansioso por isso. E, se eu clamar por Ele, Ele se
manifestará e se revelará a mim!
Posso
ter sido uma assassina, uma mentirosa, uma traidora, uma prostituta, uma
drogada, seja o que for, mas a partir do momento em que abro meu coração a Deus
e peço o auxílio dele, Ele virá e me abraçará. Mesmo que, a princípio,
eu esteja com as vestes sujas do pecado! A limpeza, Ele nos ajuda a
fazer com o crescimento e a instrução na Palavra e o agir do Espírito Santo.
Dois
anos após pedir a ajuda de Deus para minha situação depressiva e
deplorável, tive acesso a uma Bíblia de fácil leitura, em linguagem
apropriada para jovens. COMI o texto.
Li
como uma incrédula, como que lendo um livro científico ou um romance, quase que
de cabo a rabo. Sem crer que algo mudaria em minha vida.
Após
ter terminado, foi como se escamas tivessem caído dos meus
olhos.
Senti
como se tivesse ido ao céu, recebido a verdade, e voltado. Eu olhava as
coisas e tudo parecia diferente e estranho. Tudo parecia ter a mão
e a supervisão de Deus. Ele estava em todos os lugares, me olhando.
Eu
nunca mais seria a mesma pessoa. Eu não pertencia mais a este mundo.
Até
nos meus passos parecia haver algo diferente. Eles pareciam
estar impregnados do poder de Deus. Os meus olhos mudaram;
a minha mente mudou. Adquiri a verdadeira sabedoria, que muitos
buscam, buscam (em lugares errados), e nunca chegam a encontrar. Porque ela
vem de uma única fonte.
A
maioria das coisas que, antes, eram importantes para mim, perderam todo o
sentido. E muitas coisas para as quais eu não me atentava, e eram realmente
importantes, foram sobressaindo diante dos meus olhos.
Deus
me contou quem eu era, como Ele me via, e forjou minha real identidade. Ele me chamou de filha, e me ensinou a chamá-lo de PAI.
Antes, eu queria morrer por não encontrar sentido para a vida. Agora, eu
queria viver para experimentar Deus, e estava disposta a morrer pela verdade
que encontrara.
E Ele
me deu o Espírito Santo, que habita dentro de mim. Agora,
“Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu
quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a
pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim”.
(Gálatas 2:20)
O Senhor esteve me ouvindo e olhando por mim o tempo
todo; Ele me escolheu para ser propriedade exclusiva dele, preparando,
com muito amor, o momento em que eu teria, enfim, contato com seu Evangelho.
“O Senhor confia os seus segredos aos que o temem; e os leva
a conhecer sua aliança”.
(Salmo 25:14)
Um coração desejoso de conhecer a Deus, que tem vontade de
acertar o alvo, agradar aquele que nos deu a vida, de caminhar corretamente e
descobrir a verdade das verdades, é este coração que o Senhor está
procurando para habitar.
Se
você sente uma espécie de vazio, de frustração, por se sentir distante de Deus,
e quer conhecê-lo para crer nele, comece a pedir, pois Ele se
revelará a ti. Leia a Bíblia, o manual da vida que Ele nos deixou
com tanto amor.
O
Senhor anda sondando os homens no mundo inteiro para ver se há algum coração
que chame por Ele e, quando encontra essas almas, revela-se a elas! Ele
usará outros cristãos, missionários, sinais, os meios de comunicação, sonhos,
visões, e, na falta disso tudo, até as pedras falarão!
O Rei
dos reis anda perscrutando a alma humana, procurando pessoas em que possa
habitar, e, quando as encontra, faz morada definitiva naqueles que são
escolhidos como filhos, filhos estes que, em determinado momento, clamaram pela
revelação do Deus Verdadeiro.
“O
Senhor não quer que alguns se percam, mas que todos venham a se
arrepender”.
(2
Pedro 3:9)
Não
há ser humano mais ou menos digno de receber a revelação do próprio Deus! Todos
pecaram (Romanos 3:23), e Ele não faz acepção, discriminação de pessoas (Romanos 2:11).
O
Senhor nos criou como seres inteligentes e dotados de livre-arbítrio. No
fim, tudo dependerá de nossas escolhas!
A
Salvação é para todo aquele que invocar o Nome do Senhor e crer que Ele enviou
seu Único Filho para morrer em nosso lugar, nos lavando de todo pecado, a fim
de nos reconciliar com Deus.
"Porque
Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele
crer não pereça, mas tenha a vida eterna”.
(João
3:16)
Respondeu
Jesus: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não
ser por mim”.
(João
14:6)
Ele
se entregou e morreu por nós, mas ressuscitou ao terceiro dia! Está vivo e é o
único que tem todo o poder para nos dar a vida eterna!
O
anjo disse às mulheres: "Não tenham medo! Sei que vocês estão procurando
Jesus, que foi crucificado.
Ele
não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Venham ver o
lugar onde ele jazia.
(Mateus
28:5-6)
Então,
Jesus aproximou-se deles e disse: "Foi-me dada toda a autoridade
no céu e na terra.
(Mateus
28:18)
“Porque
a vontade de meu Pai é que todo o que olhar para o Filho e nele crer tenha a
vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia".
(João
6:40)
Por
conseguinte, somos justificados pela fé no Senhor Jesus, e lavados de
todo pecado pelo seu sangue!
A fé
em Cristo é uma decisão pessoal, a melhor e mais importante que podemos tomar
na vida.
E foi
depois da primeira leitura que fiz da Bíblia que uma nova realidade foi aberta
diante dos meus olhos, que ganhei discernimento acerca do bem e do mal, que
percebi que era uma pecadora que precisava do favor, do perdão e da graça de
Deus.
“Vocês
conhecerão a verdade, e a verdade os libertará”.
(João
8:32)
Deus
é fiel e sempre auxilia o homem no processo de conversão! À medida que
conhecemos mais dele, mais queremos da sua presença e revelação.
Minha
oração é para que o Senhor se revele a todos que ele chama, a todos que
clamaram pela verdade, a todos que o escolherem e, por isso, se tornarem
escolhidos do Deus Vivo.
Oro
para que o Rei dos reis e Senhor dos senhores se revele mais e mais a você, que
foi perseverante na leitura e está tendo seus olhos espirituais abertos!
Decerto, você será perseverante na busca por Deus! Eu profetizo isso sobre sua
vida, no Nome de Jesus.
Você
pode até querer escapar de Deus, mas não escapará das orações de um servo dele
pela sua vida, tampouco do amor dele, deste Deus que te chama todos os dias,
ansiando se relacionar contigo, te amando com amor puro e sincero, mesmo sem
que você o ame!
Decerto
meu Senhor te encontrará e revelará mais da sua glória a você!
Graça
e paz do Senhor Jesus! Que Ele ande contigo todos os dias da sua vida para todo
o sempre! Amém.
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Paulo
era fariseu, mestre da lei em Israel, e perseguidor dos
cristãos. Presenciou a morte, por apedrejamento, do primeiro mártir de Cristo com registro nas Escrituras,
Estêvão, homem cheio do Espírito Santo.
Paulo
fazia parte da elite intelectual judaica. Possuía cidadania romana e teve,
também, contato com a cultura helênica. Era um cidadão politizado e profundo
conhecedor das leis religiosas de seu povo.
Em
sua perseguição aos cristãos, Paulo (antes chamado Saulo) acreditava estar
fazendo um bem para Deus, pois dominava o conhecimento dos livros sagrados e era zeloso pela
obediência às leis de Deus.
Ele
buscava a verdade. Mas estava no caminho errado.
Contudo,
algo aconteceu. Tudo mudou em uma de suas viagens para prender os cristãos.
Aquele a quem ele perseguia o alcançou. O relato de sua conversão pode ser lido
no livro de Atos dos Apóstolos, capítulo 9.
De
perseguidor, ele passou a perseguido.
Tornou-se o
maior dentre os apóstolos de Jesus, tendo ficado conhecido como o
apóstolo dos gentios (estrangeiros), já que pregou a Salvação a outros
povos fora de Israel. Dos 27 livros do Novo Testamento, Paulo escreveu 13.
“Circuncidado
no oitavo dia de vida, pertencente ao povo de Israel, à tribo de
Benjamim, verdadeiro hebreu; quanto à lei, fariseu;
quanto
ao zelo, perseguidor da igreja; quanto à justiça
que há na lei, irrepreensível.
Mas o
que para mim era lucro, passei a considerar perda, por causa de Cristo.
Mais
do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do
conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por cuja causa perdi todas as coisas.
Eu as considero como esterco para poder ganhar a Cristo
e ser
encontrado nele”.
(Carta
aos Filipenses 3:5-9)