VISÃO
– GAIOLAS
No primeiro semestre deste ano de
2017, o Senhor deu-me um importante sonho acerca do meu ministério de
intercessão.
Eu acordei muito triste comigo mesma,
e cheia de compaixão pelas pessoas.
Triste comigo, porque o sonho teve
relação íntima com uma conversa que havia tido com uma irmã em Cristo na tarde
anterior.
Na ocasião, eu falava a ela que
muitas pessoas que ajudamos na caminhada cristã – oferecendo amor, orações,
conselhos e ouvidos – recusam-se a crescer espiritualmente e amadurecer,
preferindo permanecer, para sempre, dependentes emocionais.
Embora as ensinemos a confiar em Deus
e lutar contra o pecado, por vezes sem fim, elas não aprendem a recorrer ao
Senhor por si mesmas; antes, diante de qualquer pequeno problema, ainda
buscam refúgio em outras pessoas falhas (como eu e outros irmãos que estão há
mais tempo no Caminho estreito).
Eu relatava esses fatos à irmã, e em
meu interior havia certo tom de murmuração, o qual tentei não deixar transparecer
na conversa.
Então a irmã disse estas palavras:
“sim, eu entendo; elas são como eternos passarinhos que temos que alimentar
pelos bicos”.
Naquela mesma noite, tive esse sonho,
que passo a relatar:
Eu vi três gaiolas grandes, viveiros
de aves, cobertas com panos.
Ouvia pios e cantos, e fui checar a
situação dos pássaros. Lembro que cada viveiro continha cerca de vinte aves.
Ao abrir uma das gaiolas, vi que os
passarinhos estavam sem água.
Preocupada, fui correndo buscar uma
tigela de água fresca, e a depositei num dos viveiros.
Todos os pássaros vieram,
desesperados, beber do pote, como se estivessem morrendo de sede. A impressão
que tive é que eles não teriam aguentado se eu demorasse mais alguns minutos.
A situação se repetiu com os demais
viveiros.
No dia seguinte, quando acordei, fui
buscar o Senhor.
Na véspera do sonho, eu não estava
nada contente, de verdade, por ter pássaros grandes necessitando de cuidados especiais como filhotes, pássaros que não queriam crescer e voar. Simplesmente
como os pássaros voam.
Então, perguntei ao Senhor: “Pai, me
dê a interpretação do sonho. Vou começar com a parte que eu entendi. Os
pássaros são as pessoas que ajudo, as pessoas por quem oro. Certo?”
O Senhor nem precisou confirmar nada.
Disso eu estava certa.
“Jesus, por que as aves tinham tanta
sede? Por que não bebiam água por si mesmas? Pássaros adultos sabem se virar”.
O Senhor começou a falar em meu
espírito: “filha, eles estavam presos em gaiolas. Não podiam sair para buscar
água. Você entende o que são as águas?”
Eu disse: “sim, a água, nas
Escrituras, sempre tem relação com a purificação do homem pela Palavra e
a ação do Espírito Santo de Deus”.
Vocês já estão limpos pela palavra
que lhes tenho falado.
(João 15:3)
“Eu entendi que as águas são a ação
do teu Espírito na vida dessas pessoas (pássaros)”.
“Muito bem”, disse o Senhor. “E o que
são as gaiolas”?
“Prisões espirituais?”, indaguei.
Então ele me explicou: “sim. As
gaiolas são as prisões em que as pessoas vivem. São as ilusões do mundo, a
vaidade, o orgulho próprio, os vícios, as falsas esperanças, os relacionamentos
errados, o amor ao dinheiro, a idolatria, a depressão, a incredulidade. Toda
sorte de pecados e suas consequências, que as impedem de vir a mim e beber”.
Nesse ponto, lembrei que os viveiros
estavam cobertos com panos. Ou seja, as aves sequer podiam ver o que havia fora
de suas gaiolas. Não tinham visão, perspectiva de
algo além de suas gaiolas.
Comecei a ficar constrangida com os
significados, e as lágrimas escorreram.
“Filha, quem vai levar a água viva
para que bebam”?
Mas quem beber da água que eu lhe der
nunca mais terá sede. Pelo contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma
fonte de água a jorrar para a vida eterna."
(João 4:14)
Eu fiquei em silêncio, refletindo.
O Senhor continuou me explicando que
aquelas aves não estavam prontas para deixar suas gaiolas. Elas não tinham
força, nem a fé necessária para voar.
Ele me disse que era meu dever
oferecer as águas de Deus, que fluem dele para mim, e, da minha vida, para as
aves necessitadas.
Eu entendo, também, que para tudo há
um limite, e deve haver sabedoria até mesmo nisso.
Preciso matar a sede do pássaro, mas
vou lembrá-lo de que voar é uma experiência necessária, maravilhosa e inigualável,
que há crescimento e poder infinito dos céus prometidos para cada filho amado de Deus; que
nosso Senhor Jesus quer ter um relacionamento pessoal, íntimo e intenso com
cada um de seus filhos, de forma que dependamos dele e aprendamos a andar no
Espírito.
Entendi que, até mesmo na tarefa de
alimentar os pássaros, o Senhor estará comigo e me dará equilíbrio para agir em
cada situação, dando-me sabedoria ao instruir, aconselhar, e dizer a verdade (o que deve ser
dito) em amor.
Pois Deus não nos deu espírito de
covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio.
(2 Timóteo 1:7)
(2 Timóteo 1:7)
O Senhor continuou me questionando: “como libertar as aves das prisões”? “Abrindo as portas”, respondi.
“E como abrir as portas”?
Aí tive a revelação completa do Senhor: “pela intercessão.
A oração é o único meio de que disponho para que sejam libertas. Não posso
interferir no livre-arbítrio delas, pois nem mesmo o SENHOR faz isso. Mas posso
orar para que seus olhos se abram, para que o Espírito Santo as toque, para que
fiquem livres daquilo que obscurece suas visões, para que tenham suas mentes
abertas, ainda que temporariamente, e elas possam QUERER alçar voo”.
Nesse instante, lembrei que o inimigo quer, a todo custo, destruir as aves, e fará de tudo para manter os panos sobre as gaiolas, a mente dos pássaros confusa e amedrontada. Mas o Espírito Santo é comigo para batalhar contra essas forças, em oração, e não desistir, até que as aves vejam a verdade.
"E conhecerão a verdade, e a verdade
os libertará".
(João 8:32)
Portanto, se o Filho os libertar,
vocês de fato serão livres.
(João 8:36)
No que diz respeito a mim, também entendi que:
O Espírito do Soberano Senhor está
sobre mim porque o Senhor ungiu-me para levar boas notícias aos pobres.
Enviou-me para cuidar dos que estão com o coração quebrantado, anunciar liberdade
aos cativos e libertação das trevas aos prisioneiros,
para proclamar o ano da bondade do Senhor e o dia da vingança
do nosso Deus; para consolar todos os que andam tristes,
e dar a todos os que choram em Sião uma bela coroa em vez de cinzas, o óleo da alegria em vez de pranto, e um manto de louvor em vez de espírito deprimido. Eles serão chamados carvalhos de justiça, plantio do Senhor, para manifestação da sua glória.
e dar a todos os que choram em Sião uma bela coroa em vez de cinzas, o óleo da alegria em vez de pranto, e um manto de louvor em vez de espírito deprimido. Eles serão chamados carvalhos de justiça, plantio do Senhor, para manifestação da sua glória.
(Isaías 61:1-3)
“Agora você tem a interpretação completa do
sonho”, concluiu o Senhor.
Depois disso, minha visão sobre os
passarinhos mudou completamente.
Se eu já os amava, amo-os ainda mais,
com o próprio amor que o Espírito de Deus derramou em meu coração.
Eu posso dar as águas vivas para
eles, e sugerir que voem para a Fonte das águas, para Aquele que tira nossa
sede para sempre.
Mas eles sempre serão livres para
escolher.
Muitos acabam querendo voltar para a escuridão da gaiola. Já
presenciei isso muitas vezes.
Mesmo assim, vou continuar orando, intercedendo, amando
essas pessoas e chorando por elas, afinal, é a eternidade de cada uma delas que
está em jogo; é sobre a liberdade e a felicidade de cada uma, as quais dependem de suas
escolhas.
Eu posso ficar à beira do caminho,
como profeta de Deus, gritando bem alto: “venha para o Senhor! Pare de tropeçar!
Chega de derrotas! Chega de sequidão! Venha beber águas cristalinas! Venha
experimentar a Água que elimina a sede para sempre! Venha”!
E não há nada como ver uma ave se libertando, voando alto para o céu sem fim, aprendendo a voar e fluir nas asas do Espírito!
Eu as amo, Pai... eu as amo...
É isso que tento mostrar a elas:
É isso que tento mostrar a elas:
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