terça-feira, 10 de outubro de 2017

Visão - Gaiolas

VISÃO – GAIOLAS


No primeiro semestre deste ano de 2017, o Senhor deu-me um importante sonho acerca do meu ministério de intercessão.
Eu acordei muito triste comigo mesma, e cheia de compaixão pelas pessoas.
Triste comigo, porque o sonho teve relação íntima com uma conversa que havia tido com uma irmã em Cristo na tarde anterior.
Na ocasião, eu falava a ela que muitas pessoas que ajudamos na caminhada cristã – oferecendo amor, orações, conselhos e ouvidos – recusam-se a crescer espiritualmente e amadurecer, preferindo permanecer, para sempre, dependentes emocionais.
Embora as ensinemos a confiar em Deus e lutar contra o pecado, por vezes sem fim, elas não aprendem a recorrer ao Senhor por si mesmas; antes, diante de qualquer pequeno problema, ainda buscam refúgio em outras pessoas falhas (como eu e outros irmãos que estão há mais tempo no Caminho estreito).
Eu relatava esses fatos à irmã, e em meu interior havia certo tom de murmuração, o qual tentei não deixar transparecer na conversa.
Então a irmã disse estas palavras: “sim, eu entendo; elas são como eternos passarinhos que temos que alimentar pelos bicos”.
Naquela mesma noite, tive esse sonho, que passo a relatar:

Eu vi três gaiolas grandes, viveiros de aves, cobertas com panos.
Ouvia pios e cantos, e fui checar a situação dos pássaros. Lembro que cada viveiro continha cerca de vinte aves.
Ao abrir uma das gaiolas, vi que os passarinhos estavam sem água.
Preocupada, fui correndo buscar uma tigela de água fresca, e a depositei num dos viveiros.
Todos os pássaros vieram, desesperados, beber do pote, como se estivessem morrendo de sede. A impressão que tive é que eles não teriam aguentado se eu demorasse mais alguns minutos.
A situação se repetiu com os demais viveiros.
No dia seguinte, quando acordei, fui buscar o Senhor.
Na véspera do sonho, eu não estava nada contente, de verdade, por ter pássaros grandes necessitando de cuidados especiais como filhotes, pássaros que não queriam crescer e voar. Simplesmente como os pássaros voam.
Então, perguntei ao Senhor: “Pai, me dê a interpretação do sonho. Vou começar com a parte que eu entendi. Os pássaros são as pessoas que ajudo, as pessoas por quem oro. Certo?”
O Senhor nem precisou confirmar nada. Disso eu estava certa.
“Jesus, por que as aves tinham tanta sede? Por que não bebiam água por si mesmas? Pássaros adultos sabem se virar”.
O Senhor começou a falar em meu espírito: “filha, eles estavam presos em gaiolas. Não podiam sair para buscar água. Você entende o que são as águas?”
Eu disse: “sim, a água, nas Escrituras, sempre tem relação com a purificação do homem pela Palavra e a ação do Espírito Santo de Deus”.

Vocês já estão limpos pela palavra que lhes tenho falado.
(João 15:3)

“Eu entendi que as águas são a ação do teu Espírito na vida dessas pessoas (pássaros)”.
“Muito bem”, disse o Senhor. “E o que são as gaiolas”?
“Prisões espirituais?”, indaguei.
Então ele me explicou: “sim. As gaiolas são as prisões em que as pessoas vivem. São as ilusões do mundo, a vaidade, o orgulho próprio, os vícios, as falsas esperanças, os relacionamentos errados, o amor ao dinheiro, a idolatria, a depressão, a incredulidade. Toda sorte de pecados e suas consequências, que as impedem de vir a mim e beber”.
Nesse ponto, lembrei que os viveiros estavam cobertos com panos. Ou seja, as aves sequer podiam ver o que havia fora de suas gaiolas. Não tinham visãoperspectiva de algo além de suas gaiolas.
Comecei a ficar constrangida com os significados, e as lágrimas escorreram.
“Filha, quem vai levar a água viva para que bebam”?

Mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Pelo contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna."
(João 4:14)

Eu fiquei em silêncio, refletindo.
O Senhor continuou me explicando que aquelas aves não estavam prontas para deixar suas gaiolas. Elas não tinham força, nem a fé necessária para voar.
Ele me disse que era meu dever oferecer as águas de Deus, que fluem dele para mim, e, da minha vida, para as aves necessitadas.
Eu entendo, também, que para tudo há um limite, e deve haver sabedoria até mesmo nisso.
Preciso matar a sede do pássaro, mas vou lembrá-lo de que voar é uma experiência necessária, maravilhosa e inigualável, que há crescimento e poder infinito dos céus prometidos para cada filho amado de Deus; que nosso Senhor Jesus quer ter um relacionamento pessoal, íntimo e intenso com cada um de seus filhos, de forma que dependamos dele e aprendamos a andar no Espírito.
Entendi que, até mesmo na tarefa de alimentar os pássaros, o Senhor estará comigo e me dará equilíbrio para agir em cada situação, dando-me sabedoria ao instruir, aconselhar, e dizer a verdade (o que deve ser dito) em amor.

Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio.
(2 Timóteo 1:7)

O Senhor continuou me questionando: “como libertar as aves das prisões”? “Abrindo as portas”, respondi.
“E como abrir as portas”?
Aí tive a revelação completa do Senhor: “pela intercessão. A oração é o único meio de que disponho para que sejam libertas. Não posso interferir no livre-arbítrio delas, pois nem mesmo o SENHOR faz isso. Mas posso orar para que seus olhos se abram, para que o Espírito Santo as toque, para que fiquem livres daquilo que obscurece suas visões, para que tenham suas mentes abertas, ainda que temporariamente, e elas possam QUERER alçar voo”.

Nesse instante, lembrei que o inimigo quer, a todo custo, destruir as aves, e fará de tudo para manter os panos sobre as gaiolas, a mente dos pássaros confusa e amedrontada. Mas o Espírito Santo é comigo para batalhar contra essas forças, em oração, e não desistir, até que as aves vejam a verdade.

"E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará". 
(João 8:32)

Portanto, se o Filho os libertar, vocês de fato serão livres. 
(João 8:36)

No que diz respeito a mim, também entendi que:

O Espírito do Soberano Senhor está sobre mim porque o Senhor ungiu-me para levar boas notícias aos pobres. Enviou-me para cuidar dos que estão com o coração quebrantado, anunciar liberdade aos cativos e libertação das trevas aos prisioneiros,
para proclamar o ano da bondade do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus; para consolar todos os que andam tristes,
e dar a todos os que choram em Sião uma bela coroa em vez de cinzas, o óleo da alegria em vez de pranto, e um manto de louvor em vez de espírito deprimido. Eles serão chamados carvalhos de justiça, plantio do Senhor, para manifestação da sua glória.
(Isaías 61:1-3)

“Agora você tem a interpretação completa do sonho”, concluiu o Senhor.

Depois disso, minha visão sobre os passarinhos mudou completamente.
Se eu já os amava, amo-os ainda mais, com o próprio amor que o Espírito de Deus derramou em meu coração.
Eu posso dar as águas vivas para eles, e sugerir que voem para a Fonte das águas, para Aquele que tira nossa sede para sempre.
Mas eles sempre serão livres para escolher. 
Muitos acabam querendo voltar para a escuridão da gaiola. Já presenciei isso muitas vezes.
Mesmo assim, vou continuar orando, intercedendo, amando essas pessoas e chorando por elas, afinal, é a eternidade de cada uma delas que está em jogo; é sobre a liberdade e a felicidade de cada uma, as quais dependem de suas escolhas.
Eu posso ficar à beira do caminho, como profeta de Deus, gritando bem alto: “venha para o Senhor! Pare de tropeçar! Chega de derrotas! Chega de sequidão! Venha beber águas cristalinas! Venha experimentar a Água que elimina a sede para sempre! Venha”!

E não há nada como ver uma ave se libertando, voando alto para o céu sem fim, aprendendo a voar e fluir nas asas do Espírito!
Eu as amo, Pai... eu as amo...

É isso que tento mostrar a elas:






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