O
SENHOR FALA, MAS NÃO ESTAMOS DISPOSTOS A OUVI-LO
O Senhor está sempre disposto
a falar conosco; mas, e nós? Estamos nos dispondo a ouvi-lo?
Para poder receber Sua
Palavra de uma forma pessoal e poderosa, primeiro, é preciso amá-lo, obviamente.
O cínico ateu jamais poderá ouvir Deus falar, a não ser que busque conhecê-lo,
com singeleza de coração.
“Deus resiste aos soberbos,
mas dá graça aos humildes."
(Tiago 4:6)
Sim, se eu quiser encontrar
Deus face a face, terei de me humilhar, renunciar à “dura cerviz”, ao orgulho,
aos sofismas que o mundo incutiu em minha mente, às ideias errôneas acerca da
natureza e da vontade de Deus.
Em verdade, se eu quiser
conhecer o Senhor plenamente, terei de permitir que Ele se apresente da forma
como Ele quer ser conhecido e adorado, e tudo isso está bem claro no Manual que
Ele nos deixou, as Escrituras Sagradas.
Vinde, e tornemos ao SENHOR,
porque ele nos despedaçou (por causa do pecado), mas nos sarará; nos feriu, mas
atará a ferida.
Depois de dois dias nos dará
a vida; ao terceiro dia nos ressuscitará, e viveremos diante dele.
Então conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a
sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como chuva
serôdia que rega a terra.
(Oséias 6:1-3)
Ele está sempre pronto a nos
receber. A ouvir nossas confissões, perdoar nossos erros, analisar os
argumentos que expomos diante Dele. Enxugar nossas lágrimas. Recompor nosso
ânimo. Derramar o óleo da alegria eterna sobre nosso corpo mortal.
O problema é que não temos
paciência em “conhecer ao Senhor, e prosseguir em conhecer ao Senhor”, em um
relacionamento íntimo e diário com Ele.
Não dá para ouvir o Senhor (de
forma satisfatória) enquanto acompanhamos mensagens no celular, ouvimos
notícias na TV, falamos com amigos, pensamos no que fazer no dia seguinte,
somos consumidos pela ansiedade ao buscar soluções para problemas que nem
existem!
O que quero dizer é que, a
par de todas as outras atividades e necessidades, preciso dedicar um tempo de quietude para
buscar a Deus.
Aprendi que é preciso buscar e
cultivar a quietude. É necessário aprender a encontrar prazer no silêncio, a
contemplar a presença de Deus sem pressa (o que pode ser feito em um tempo
estipulado); escolher uma passagem das Escrituras e meditar nela, isolar-se do
barulho da modernidade e buscar Sua companhia, não por cinco ou dez minutos, mas
pelo tempo que for necessário.
Sim, pois, quando Deus se
manifesta, aquele tempo e aquele lugar manifestam também um pouco da Sua
eternidade. É como se o tempo parasse ali, e aquele fosse o momento mais
importante do seu dia.
Não é difícil como parece.
Torna-se um hábito com o tempo.
Gosto de buscar me relacionar
com Deus o tempo todo: dirigindo, cozinhando, tomando banho, esperando ser
atendida em algum local. Orando em voz audível ou em pensamento, por cântico ou
fala, em línguas estranhas ou racionalmente, não posso mais viver sem orar.
Se não posso falar com Deus
em voz alta (por estar em meio a muita gente), estou sempre lendo algum trecho
da Palavra ou um livro devocional, e meditando nele. Acredite: depois de um
tempo, você consegue se concentrar em Deus mesmo em meio ao barulho, e o tempo de espera (antes monótono) passa muito depressa.
Mas não é desse tipo de busca
que estou falando hoje.
Hoje, eu falo de um tempo
reservado a buscar o silêncio do quarto, da sala ou do quintal (pouco
importa o lugar), a “solitude” com Deus.
Um local e um tempo onde ser
humano nenhum, animal nenhum e nenhum fenômeno poderão se interpor entre mim e o
Senhor.
Este tempo é absolutamente
sagrado.
Deixe-me dar um exemplo do
que aconteceu comigo alguns dias atrás, para te inspirar em sua caminhada
cristã.
____________________________
Tardezinha de uma
quinta-feira.
Casa um pouco bagunçada.
Muitas roupas para lavar.
Coisas para resolver.
Tantos livros para ler.
Por onde começo?
Esta pergunta mental já me
leva à seguinte conclusão (aprendida a custo, com os anos): a oração é a
premissa do sucesso do meu dia. E, também, as suas primícias (primeiros frutos,
primeiras ofertas) a Deus.
Posso fazer tudo que preciso
fazer sem orar. Ao me deitar, estarei cansada e esgotada (no espírito). E, no
dia seguinte, repetindo-se a operação, o resultado será ainda mais desastroso:
estarei com o espírito muito mais exausto.
Se eu orar e, então, fizer o
que preciso, ao final do dia estarei cansada fisicamente, mas revigorada no
espírito, forte, saltitante, com a alegria que o próprio Deus derrama sobre mim,
o fôlego do Espírito Santo, a unção para pregar a Palavra de Deus por horas, se
necessário.
Enfim, estarei reabastecida
da presença de Deus.
É aí que muitos cristãos
estão perdendo a bênção, pois estão se comportando como Marta, e não como Maria:
E aconteceu que, indo eles de
caminho, entrou Jesus numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o recebeu em
sua casa;
E tinha esta uma irmã chamada
Maria, a qual, assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra.
Marta, porém, andava
distraída em muitos serviços; e, aproximando-se, disse: “Senhor, não te
importas que minha irmã tenha me deixado sozinha com o serviço? Dize-lhe que me ajude."
E respondendo Jesus,
disse-lhe: “Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma
só é necessária;
E Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada".
(Lucas 10:38-42)
Voltando à minha experiência:
Então, ciente de que
precisava da presença de Deus, peguei a cadeira de balanço e a coloquei na
sacada do apartamento (tenho feito isso ultimamente).
Liguei a caixinha de som com
adoração instrumental.
Estava só em casa.
Comecei a olhar o céu, o
infinito céu começando a escurecer, e elevei meus pensamentos ao Senhor, o Rei
da glória, pedindo que Ele falasse comigo.
Posso não ter um palácio e
uma harpa para adorá-lo, como o rei Davi tinha, mas tenho o espírito livre em
Cristo, olhos que posso elevar até o Trono, mesmo que, fisicamente, não
ultrapassem a troposfera.
Ainda não posso voar, mas
posso entrar, no espírito, nos átrios do Rei, para contemplar Sua beleza,
salmodiar (ainda que de forma imperfeita), sim...
Elogiar com frases e um pouco
de canto a sua bondade, a sua justiça, e dizer o quanto me agrada seu perfume, seu
toque, sua presença...
E então me pego viajando nas
coisas do Alto, sem sair do lugar. Uma brisa fresca sopra sobre mim.
Eu queria poder
prolongar ainda mais esses estados.
Estou estudando uma forma de
fazê-lo!
Para que usar drogas e se
embriagar, se é possível encher-se do Espírito Santo a ponto de experimentar verdadeiro
êxtase e alegria?
Daí volto a pensar nas coisas
do dia a dia; vejo a cidade já iluminada, baixando o olhar de algo tão belo,
que é a infinitude do Deus Todo-Poderoso, para algo pouco atrativo como casas e
edifícios, e ruas, e carros.
Então a lua começa a apontar
no horizonte baixo, ainda encoberta por nuvens.
Lua cheia, amarela, linda, brilhante!
Foco o olhar na lua: consigo
ver suas manchas, os buracos do queijo!
Está tão linda que penso em
tirar uma foto.
Vou tirar.
Ah, não! Que foto horrível! O zoom é péssimo!
É que ela foi tirada do meu celular, que já está bem ultrapassado!
Precisava de uma câmera
profissional...
Então, de repente, veio a voz
do Senhor falando em minha mente e coração:
- “Não adianta, filha!
Nenhuma lente poderá obter imagem melhor do que essa lente que eu criei!
Aproveite, e contemple, pois esta vista é para você!”
As lágrimas escorreram de
meus olhos. Eu nem me lembrava de que ainda não criaram máquinas fotográficas com resolução de 576 megapixels, e alcance em três dimensões, como o olho
humano!
Desisti das fotos e continuei
a aproveitar a vista, como o Senhor recomendou. Então, Ele continuou:
- “Pense em como você
contempla este céu.
Pois eu te contemplo de forma
ainda mais maravilhosa.
Te contemplo a partir de cima,
a partir de baixo, do ponto de vista da cadeira que te sustenta (pois, certamente, eu te seguro no colo), do interior dos seus canais lacrimais, do âmago das suas
emoções...
Você pode dimensionar essa minha contemplação, filha? Você consegue entender o tamanho do meu amor por
ti?”
E as lágrimas não paravam.
Agora Ele queria me fazer
rir.
Então falou:
- “Ei, filha! Olhe a lua!
Agora olhe as luzes da cidade! Compare os luzeiros!”
Não pude conter o riso em
meio às lágrimas!
Comecei a rir, olhando bem uma coisa e outra.
Que são as luzes da cidade
comparadas aos luzeiros criados pelo Senhor? O sol, a lua, os astros e
estrelas?
Comecei a refletir, ainda rindo: o homem é ridículo em sua vanglória e autossuficiência em relação a Deus.
Quando ele começa a enxergar
o quão pequeno é, começa a entender um pouco a respeito de quem o SENHOR é.
Homem, homem. Ser pecador e rebelde.
Acha que pode construir um mundo sustentável e feliz sem Deus. Bela tentativa.
O riso parou. Afinal, em meus
pensamentos, eu não me via como alguém superior a um ser humano, mas tão somente como uma pobre pecadora salva da condenação eterna pela graça de Deus em Cristo Jesus. Meu coração
pesou quando passei a pensar sobre o destino da humanidade sem Deus.
Então comecei a conversar com
Deus sobre o Fim dos Tempos, a redenção do homem pela obra salvífica de Jesus, o
livre-arbítrio, escolhas certas e erradas, e assim por diante.
E a conversa foi longe. E foi
boa.
_____________________________
Eis aí. Eu te dei um exemplo de
um momento a sós que tive com o Senhor, e, na verdade, eu nem sabia que rumo
nossa conversa iria tomar.
Porque nosso relacionamento
com o Senhor deve ser assim: natural, sincero, como aquele que temos (ou deveríamos
ter) com nossos pais terrenos.
Temos uma compreensão errada
ao pensar que Deus virá falar com o ser humano em uma fumaça gloriosa, que
mandará um anjo numa visão, ou que Ele próprio falará com uma voz audível e
atemorizante em nossos ouvidos.
A Antiga Aliança (época da lei mosaica) já
passou.
Estamos no Período da Graça,
em que opera o Ministério do Espírito Santo, o Espírito de Cristo que o Pai nos
enviou para falar conosco, mas também para atuar EM nós, POR nós e ATRAVÉS de nós.
Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês,
e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os
confins da terra".
(Atos dos Apóstolos 1:8)
Ou não sabeis que o vosso
corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e
que não sois de vós mesmos?
Porque fostes comprados por
bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os
quais pertencem a Deus.
(1 Coríntios 6:19-20)
Ele vive dentro de nós. Cristo
vive em nós. Literalmente.
Sempre que possível, ao longo
do dia, tento me lembrar disso:
Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A
vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se
entregou por mim.
(Gálatas 2:20)
Exatamente porque Cristo vive
em mim, devo zelar pelo meu bom testemunho e modo de vida.
Se você quiser saber, Ele é
quem está guiando minha escrita agora mesmo. Os versículos que citei, a Palavra
direcionada, foi o Espírito Santo que os colocou em minha mente.
Eu poderia estar fazendo minhas coisas. Mas quando o Espírito me manda fazer algo, eu o faço, e de bom grado.
Talvez, agora, você, que tem
lido este blog ultimamente, perceba que o Senhor está tentando falar contigo,
usando minhas mãos (e o pobre teclado do meu computador) como instrumento para te alcançar.
A propósito, dia 3 de março passado fiz 30 anos.
De acordo com a cultura
judaica, sou uma “varoa” perfeita, apta ao ministério, ao ensino, madura para o
serviço de Deus.
(rindo)
E você, que está lendo este
blog a partir do Canadá, Estados Unidos, Portugal, França, Ucrânia, Rússia, Coreia do
Sul?
Sabe me explicar o que está fazendo aqui? O que te trouxe a este lugar? O blog de uma brasileira, escrito em português?
Falando de coisas invisíveis e de um Reino que virá?
Loucura!
Se você foi escolhido por
Deus para ser sua Igreja Amada na terra, sua cidadania não está nesse mundo. Pouco importa o país onde você habita.
A nossa cidadania, porém, está nos céus, de
onde esperamos ansiosamente um Salvador, o Senhor Jesus Cristo.
(Filipenses 3:20)
A nossa esperança em Cristo é
que nos une.
Quando estivermos com Ele,
falaremos a mesma língua e estaremos unidos em um só Corpo, do qual ele é a
Cabeça.
Porque, assim como o corpo é
um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo,
assim é Cristo também.
Pois todos nós fomos
batizados em um Espírito, formando um
corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres, e todos temos
bebido de um Espírito.
Porque também o corpo não é
um só membro, mas muitos.
(...)
Ora, vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular.
(1 Coríntios 12:12-14;27)
Se você ainda não é um membro deste grande Corpo, o que está esperando?
Venha e entre para a família!
Entregue-se a Jesus agora
mesmo!
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