Este é um dos poucos poemas que fiz quando adolescente...
Uma cruel depressão estava por surgir em minha vida.
É triste ver o romper d’alva
Entre as brumas turvas do outono,
Sentir vir dos alpes as lufadas
Trincando minh’alma vazia, que enfadonho.
Junto delas a eflorescência cessa,
As ervas soltam lânguidos lamentos,
O orvalho cobre o chalé e começa
A súplica pelo estio, alegres tempos.
Meu coração, já fadigado, dilacera,
Ao ouvir os lúgubres uivos telúricos,
O agonizar vindo do centro da Terra
Quando toco frutos de pomares rústicos.
E, nesse hesitar, a mente é cega,
Vacila por entre brisas, estonteante,
Se o romantismo outoniço nega,
Sabe da dor de uma alma errante.
Lúcia R. Pastorello e Silva - setembro/2009
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